sexta-feira, 6 de julho de 2012

De volta ... à CM

Strauss, Dvorak e Beethoven ontem na CM , dirigiu König:

- Johann Strauss II Marcha de Júbilo para o regresso do Imperador Franz Joseph I, op. 126

- Antonín Dvorák: Concerto para violoncelo e orquestra
- L. van Beethoven Sinfonia nº 3 'Heróica'

Não se percebe o que faz no programa a marcha de J .Strauss. Mas foi tocada com bastante Gefühl vienense.

O Concerto é um tanto desequilibrado, e não é das obras mais inspiradas de Dvorák; ainda assim teve belos momentos no andante, de diálogo entre o violoncelo e as flautas. A parte de violoncelo já é fracota, mas o executante deixou a desejar - definitivamente as intervenções solistas não foram o ponto alto.

A Heróica foi um compromisso razoável. A orquestra tocou ao seu melhor nível, seguindo as opções de König - nem excessivo classicismo interpretativo, nem obediência aos cânones modernos (Gardiner, Harnoncourt, Zinman, Chailly). Conseguiu alguns stacattos de belo efeito, foi aceitavelmente uníssona e fluente; mas os contrastes dinâmicos andaram longe, às vezes o discurso era mais de valsa... os metais muito tímidos, recuados, e a percussão quase ausente, causando uma frouxa rítmica (que nesta obra tem várias vezes parte de leão).

Uma noite bem passada, mas continua a faltar à orquestra (ao director ?) dar aquele salto do "decente" para o "excelente".

5 comentários:

Fernando Vasconcelos disse...

Por acaso (ou não) também acho que a marcha está a destoar no programa. Pessoalmente gosto bastante desse concerto para Violoncelo ... Mas sou suspeito dado que sou fã de Dvorack. Claro que a Heróica é um fim sublime :-). O salto do decente para um excelente é sempre um grande passo, mas sabe que por vezes acho que estamos tão habituados a gravações que perdemos o aspecto sublime de uma interpretação ao vivo com as suas falhas inerentes. Não digo que tenha sido o caso, apenas uma reflexão que ultimamente me tem acompanhado em alguns concertos ...

Mário R. Gonçalves disse...

Olá, Fernando, obrigado pela mensagem.

Gosto muito das sinfonias de Dvorak. O concerto tem sem dúvida bons momentos,mas acho-o desequilibrado na conjugação orquestra/solista, e a parte solista não é das mais bem conseguidas...

Concordo com a sua reflexão, tem todo o cabimento. König esteve à altura, sem dúvida. Mas ao contrário do Fernando, eu só gosto mesmo de um concerto quando em comparação as melhores gravações não passam de electrónica numa caixinha. É o caso do Berlioz que ouvi em Londres - nenhuma gravação pode reproduzir o que ali se ouviu. oU do Sokolov na Casa da Música. :)

Mário R. Gonçalves disse...

Já agora, Fernando, continuo com dificuldades em aceder ao "Diz que não gosta de música clássica ?". Mensagens encadeadas de alerta de vírus impedem uma navegação confortável. Tem ideia do que possa ser?

Virginia disse...

Estive para ir ver esse concerto, mas os meus netos partem amanhã para os EU e resolvi levá-los ao cinema ver a Idade do Gelo 4!! Ficaram felizes.

Gosto muuto do concerto de Dvorak,mas a Heroica não é a minha predilecta, adoro as 5, 6 e 7.
Há muito que não oiço a nossa orquestra...

Mário R. Gonçalves disse...

Sobretudo não perca o "Moonshine Kingdom", Virgínia! Uma obra prima, como já não via há que tempos (desde o "Tree of life", pelo menos).

E não acredite nas estrelinhas dos jornais...