terça-feira, 30 de abril de 2013

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Discos novos a rodar

Aquisições recentes:

Jonas Kaufmann,Wagner

Dono da melhor voz de tenor (e com graves de barítono !) de há anos para cá, Kaufmann excede-se em Wagner. Há trechos que nunca me tinham soado assim magníficos, intensos, cheios.
Para ouvir forte.

N. Angelich (piano), Paavo Järvi,
Brahms, concertos nº1 e 2

As duas obras primas de Brahms - que sem dúvida levaria para a tal ilha, pois contêm o universo. Orquestra e direcção (gravitas q.b.) de primeira água, um portento de dinâmicas. Järvi subiu ao topo dos melhores directores de orquestra. Talvez a 5ª ou 6ª versão na minha colecção...

Colin Davis, LSO
Berlioz - Grande Messe des Morts
live at St Paul's Cathedral, em Junho de 2012

Ah, Sir Davis.
Estive lá, foi gravado comigo lá dentro, tem Londres e a LSO e a reverberação da Catedral, tem aquela direcção fluente e "easy" de Colin Davis -  sem igual.


Capriccio Basel
William Hayes, Concerti Grossi & overtüren
Surprise surprise
William Hayes foi contemporâneo e admirador de Händel, e deixou-se ofuscar por ele (com razão). Neste disco espantoso revela um saber fazer e uma alegria que por vezes não ficam atrás do Mestre. O concerto para órgão é precioso - e melhor que o de Händel.


Sarasate - Music for violin & orchestra
O.S. Navarra, Izquierdo

Virtuose do violino, nascido em Pamplona, Sarasate deixa-se muitas vezes entusiamar pelo fandango e pela técnica que dominava. Mas tem páginas lindíssimas - descobri o Nocturno-sérénade op.45 e passa a vida a tocar em "repeat"... não me canso.

( )



sexta-feira, 26 de abril de 2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

Dia de S. Jorge


De uma lista de 101 coisas a fazer em terras de S.Jorge publicada no Daily Mirror, aqui vai um extracto:

The Gothic splendour of Lincoln Cathedral, tallest building in the world for 200 years


  London's South Bank, where there's Shakespeare's Globe, Borough Market and Tate Modern. 

  A weekend in Brighton with its pier and Royal Pavilion.

   Tour Tate St Ives, Cornwall.

   Discover William Shakespeare's Stratford.

   Wander around the Ashmolean - the country's oldest public museum in Oxford. 

  Punt along The Backs on the River Cam in Cambridge 

  Take in ancient history from Hadrian's Wall to the Cheviot Hills, in Northumberland.

   Visit Sissinghurst Castle Gardens, Kent. 

  Browse the galleried shops of Chester Rows, Cheshire.

    Watch starlings circle the remains of West Pier, Brighton.

 

domingo, 21 de abril de 2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Excelente post sobre Tonalidade vs. Atonalidade

O indispensável  "Diz que não gosta de música clássica" publicou sobre este tema o post:

http://guiadamusicaclassica.blogspot.pt/2013/04/tonalidade-versus-atonalidade.html

Inclui um vídeo da conferência clarividente de  Jérôme Ducros no Collège de France, onde mostra magistralmente porque a música moderna (séc. XX) "erudita" se tornou tão estéril e impopular.

Muito agradeço ao Fernando Vasconcelos a partilha deste documento.

domingo, 14 de abril de 2013

Colin Davis, 1927-2013

Um dos grandes, dedicou a vida à música.
Tive a sorte de assistir o ano passado ao Requiem que ele dirigiu na St. Paul´s Cathedral, já titubeante, mas com entusiasmo ainda. A London Symphony Orchestra era "dele".



Além do Berlioz de estimação, ficam uma Flauta Mágica de primeira escolha, as melhores sinfonias de Sibelius, e Elgar, claro. Continuará com certeza por Covent Garden, pelos Proms, pelo Barbican, na memória de quem o ouviu.

Proms 2011, Missa Solemnis

sábado, 13 de abril de 2013

Os cem mil

Passei-os, enfim, sem dar conta. Essa marca de "saída da infância" tardou, e cheguei lá muito à custa dos visitantes brasileiros, ôi, 'brigado, viu?

Dez exércitos de Xenofonte - parece muito. Um décimo dos habitantes do grande Porto  - parece pouco.

Prenda de gratidão:

Flora / Primavera, fresco de Stabiae (Villa Ariannna)
Museu Arqueológico Nacional de Nápoles

Wachet Auf




quarta-feira, 10 de abril de 2013

Domingo, a 109 e a 110

Andrea Lucchesini traz um programa quase perfeito à CM no dia 14.

Scarlatti para começar. Infelizmente, alterna com Berio, mas talvez sirva para mostrar como era superior o músico do séc XVII.

Scarlatti,  Sonata K.146, Mikhail Pletnev



Depois, Beethoven, as sonatas op.109 (30) e op. 110 (31).

Murray Perahia, uma 109 insuperável:


Nada melhor para me deixar feliz.

domingo, 7 de abril de 2013

Ana Hatherly, poemas em forma de desenho



No Teatro D. Maria II está uma pequena pérola de exposição - um dos corredores mostra uma colecção muito bem exposta de desenhos de Ana Hatherly, desde os anos 60 aos 90. Há miniaturas preciosas, há as conhecidas redes e teias onde palavras se vão desfiando em nada , ou onde figuras humanas são nodos de uma rede, como neurónios que se conectam. Uma hora muito bem passada num mumdo de fantasia.



Inspirado em Klee.
Estes dois são pequenas jóias !

 

Como se de um novo alfabeto se tratasse:


Já dos anos 90, do tríptico "Idade do Bronze, da Prata e do Ouro":


Discursos que são poemas visuais com ritmos vários, linhas de pontas que se soltam numa escrita ritmada como sismogramas das ondas de interioridade.

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Ana Hatherly: No princípio está o gesto
Até 28 ABR 2013


sexta-feira, 5 de abril de 2013

O Brahms de Zinman

Empolgante, primorosa, a leitura da 4ª de Brahms que David Zinman apresentou à frente da Orquestra Gulbenkian. Nunca ouvirei melhor. O acumular de tensões quase insuportáveis no 1º andamento, o nítido e espacial destaque das secções da orquestra salientando as diversas linhas melódicas e o incomparável contraponto de Brahms, ou seja - o oposto do irritante empastelamento que a maioria das interpretações não consegue evitar.

No final, curto aplauso, um regresso ao palco, e acabou. Parece que não reconheceram o valor daquele momento único. Ainda há pouco na CM do Porto um concerto medíocre mereceu 4 regressos e um encore. Até nisto há injustiça e incompreensão.

Pois não é que na 1ª parte (concerto para violino de Beethoven) a excelente prestação de orquestra foi praticamente arruinada por um violinista medíocre, apático e inexpressivo - excepto nas cadenzas excessivas e modernaças, em feio contraste com o resto da prestação ? Adivinhe-se quem teve Bravos. Não Zinman - mas o amador Baremboim filho, violinista.

Ficam-me para sempre os 13 minutos geniais do Allegro non troppo da quarta.
À falta de melhor, vai aqui com o grande Carlos Kleiber:

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sans teeth, sans eyes, sans taste, sans everything.

William Shakespeare - All the world's a stage
(de As You Like It, Acto II Cena VII)

All the world's a stage,
And all the men and women merely players:
They have their exits and their entrances;
And one man in his time plays many parts,
His acts being seven ages. At first the infant,
Mewling and puking in the nurse's arms.
And then the whining school-boy, with his satchel
And shining morning face, creeping like snail
Unwillingly to school. And then the lover,
Sighing like furnace, with a woeful ballad
Made to his mistress' eyebrow. Then a soldier,
Full of strange oaths and bearded like the pard,
Jealous in honour, sudden and quick in quarrel,
Seeking the bubble reputation
Even in the cannon's mouth. And then the justice,
In fair round belly with good capon lined,
With eyes severe and beard of formal cut,
Full of wise saws and modern instances;
And so he plays his part. The sixth age shifts
Into the lean and slipper'd pantaloon,
With spectacles on nose and pouch on side,
His youthful hose, well saved, a world too wide
For his shrunk shank; and his big manly voice,
Turning again toward childish treble, pipes
And whistles in his sound. Last scene of all,
That ends this strange eventful history,
Is second childishness and mere oblivion,
Sans teeth, sans eyes, sans taste, sans everything.

O mundo inteiro é um palco,
E todos os homens e mulheres, meros actores:
Têm as suas saídas e as suas entradas;
E um homem no seu tempo tem muitos papéis,
Os seus actos sendo as sete idades. No primeiro, a criança
Grita e baba nos braços da ama.
Mais tarde o estudante resmunga, com a sua mochila,
O rosto à luz da manhã, arrastando-se como uma lesma
Sem vontade de ir à escola. A seguir o apaixonado,
fornalha de suspiros, cantando dolorosa balada
às sobrancelhas da sua amada. Depois o soldado,
Cheio de estranhos juramentos, com barba de leopardo,
Zeloso de sua honra, rápido e súbito na briga,
Buscando a ilusória reputação
Até mesmo na boca do canhão. E então vem a justiça,
Com bela pança redonda feita de frango capão,
Com olhos severos e barba bem cortada,
Cheio de sábias dicas e argumentos modernos;
E assim o seu papel representa. A sexta idade chega,
ele frágil e enfiado em chinelos e pantalona,
Com óculos no nariz e a bolsa de lado,
As calças da mocidade, bem guardadas, um mundo de largueza
para as pernas mirradas, e a voz grande e viril
voltando de novo ao falsete infantil, a flautas
e assobios soa agora. A última cena de todas,
a terminar esta estranha e acidentada história,
É a segunda infância e o mero olvido,
Sine dentes, sine visão, sine gosto, sine coisa alguma.


(trad. minha)
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A peça de Shakespeare está no D. Maria II, traduzida por "À vossa vontade". Sem ilusões nem sequer opiniões favoráveis, vou ver.



É um bom complemento à 4ª de Brahms no dia 4, dirigida por David Zinman, maestro que, esse sim, me desperta boas expectativas.