sábado, 8 de fevereiro de 2014

Christopher Seaman na CM


Ontem na Casa da Música ouvi uma 7ª de Beethoven que foi a minha melhor de sempre em concerto. Fulgurante.

Já a noite tinha começado bem com  Finlândia de Sibelius, tocada com brio e quase devoção patriótica, imaginei-me pró-kareliano no século passado. A orquestra esteve solta, com surpreendentes ataques dinâmicos e uma bela sonoridade. Trabalho em grande de Christopher Seaman, que tem dirigido as orquestras americanas de Baltimore e Rochester.

Depois veio um Mozart passable, já é costume, a ONP não toca bem Mozart, devia abdicar dele em favor de orquestras barrocas. Um pianista também sofrível, Vadym Kholodenko, que fez o que pôde - cadenzas intragáveis - para estragar ainda mais, e em desacerto com a orquestra. Um K467 para esquecer, apesar de um menos mau andante.

A redenção voltou com Christopher Seaman e uma ONP de novo no seu melhor. Foi mesmo "O Discurso do Rei", esta sétima, enérgica, rica em detalhe orquestral e relevo de naipes, fluente mas contrastada.  Não houve um momento de fraqueza, só teria gostado de um pouco mais de ênfase nos metais como fazem Harnoncourt, Zinman ou Chailly.


Noite de grande música.

2 comentários:

Virginia disse...


Também lá estive e tb adorei a 7ª. Ainda bem que gostou , Mário, o meu neto estava delirante!

Mozart não me entusiasmou....mas já é costume. O andante é demasiado conhecido e faz-me lembrar o CD que punha a tocar para os meus filhos adormecerem.....gratas memórias, alas!!

E depois aquela tromba d'água!!! Digna do 4º andamento da sinfonia!!! Empolgante para quem esteve 15m na avenida à espera dum taxi milagroso!! :). Puro Beethoven....

Bom Domingo!

Mário R. Gonçalves disse...

Temporal danado, sim, Virgínia; só que tenho outros recursos - saí pelas traseiras com carro à porta; mas não diga a ninguém ;)

Fico com remorsos...

(aquela CdM é pavorosa com chuva e ventania; por aí se vê que os arquitectos de ego inchado pensam mais neles próprios que no bem estar das pessoas)